Referência
Podias sim, permaneceres aí no limbo,
Junto às ninfas voando vento e nuvens.
A ressentir a pesada jornada dessa vida
Cuja dor é o evento principal da travessia.
Flutuar entre o ser e o não ser, em negação,
Como um plano que não vingou por excesso.
Ficar em forma de terna semente esquecida,
Pairar na possibilidade de terra boa para deitar.
Um porvir, um vir a ser quiçá alguma coisa!
Este, talvez, não seja o destino de todos nós?
Ah! Pois saiba, quando ao chão tocares os pés,
Tuas asas brandas de anjo de ti se apartarão.
Erguendo a tua volta mal formadas fronteiras
Eivadas de prazer desgaste e escolhas rudes.
Onde nosso lar? Onde nossos sonhos de vida
Transpassarão nosso tempo tão minguado?
Criador e criatura causa efeito... Tudo quase.
Que por ti manifeste a transformação bendita
De um momento em dias e dias plenos ditosos.
Úmidos e adocicados em azeite e unção pura.