caixinha de ouro maciço

Escondeu na varanda

Sua caixinha de ouro maciço

E minha vontade de arrombar

A porta e gritar: quem

Sabe pedir ajuda...

“companheiros,

Me ajude...

Atrás dessa porta há um barco

De fruta fresca ...de amor? ”

Porta pesada de califa,

De ladrão, porta mais

Pesada que as vigas

Do meu coração...

Lembrar-me-ei da cidade

Florida, dos sorriso de dona

Cota vendendo cocada na

Janela, de seu Raul gritando

Qual louco ou doido: “Desce

Roberio, desce logo e vai

Pra casa”

O céu de hoje não sei se

Lembra aquele de quando

Moço, de quando medo

De quando desejo praça

De não saber de nada,

Somente comer, beber

Sorrir, namorar as coxas

De abelha da filha do meio

(nem me lembro do nome)

de seu Brás ou será a filha

primeira de dona vera?

e um coro de vozes vindo

da rua de trás: “não podemos

companheiro, pois essa porta

não mais nos importa...

“a quem se importa?”

e eu bato timidamente

“será que posso entrar

e abrir sua caixinha...

de ouro”

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 07/11/2012
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