caixinha de ouro maciço
Escondeu na varanda
Sua caixinha de ouro maciço
E minha vontade de arrombar
A porta e gritar: quem
Sabe pedir ajuda...
“companheiros,
Me ajude...
Atrás dessa porta há um barco
De fruta fresca ...de amor? ”
Porta pesada de califa,
De ladrão, porta mais
Pesada que as vigas
Do meu coração...
Lembrar-me-ei da cidade
Florida, dos sorriso de dona
Cota vendendo cocada na
Janela, de seu Raul gritando
Qual louco ou doido: “Desce
Roberio, desce logo e vai
Pra casa”
O céu de hoje não sei se
Lembra aquele de quando
Moço, de quando medo
De quando desejo praça
De não saber de nada,
Somente comer, beber
Sorrir, namorar as coxas
De abelha da filha do meio
(nem me lembro do nome)
de seu Brás ou será a filha
primeira de dona vera?
e um coro de vozes vindo
da rua de trás: “não podemos
companheiro, pois essa porta
não mais nos importa...
“a quem se importa?”
e eu bato timidamente
“será que posso entrar
e abrir sua caixinha...
de ouro”