PELO MUNDO
existe uma estrada
dentro da estrada
que vai conduzindo
a esperança
dedicada eternamente
a certeza
que há salvação
para alguns humanos
no entanto
para uns
nada acerta
nada presta
a fúria é o dominio
há falta de ética
a falta de achar-se
e pelo mundo
adentrando a tarde
o vento abana as folhas
os braços das árvores
o cheiro de sal
misturado ao sol antigo
vai trazendo um novo tudo
vai levando um céu perdido
deixando á mostra
um coração em cada janela
uma historia em cada vela
dos barcos entediados com as ondas
o vento inventa nova chance
enquanto o mar avança
espumante, feliz
e gaivotas gritam
(onde)? onde
estão as poesias constantes
das tardes salineiras
nesse azul ?
aí ouve-se a voz
da tarde fraca
do sol amornado
de gente raça
desde o primeiro calor do dia,
as poesias morreram quase
entre as ombreiras das tuas frases
que falam muito e nada ensinam
faz-se tarde de primavera
o mar ondeia entre a esfera
das mal querencias e desatinos
do ser humano em uma teia
ninguém comanda a vida alheia
em cada mesa há ceia
em pratos de liberdade
e a tarde vai em despedida
adentra o mar , o véu da brisa
os peixes dançam sob a água
gaivotas voltam ao aconchego
areias correm entre meus dedos
qualquer futuro é incerto
e mais uma janela da vida fecha
levando sonhos, falas, medos,
deixando outro ( amanhã) em aberto
quem sabe um novo ser humano
em festa !