Maturar
Pela excentricidade
Da luz, do ludibriar
Pela fresta da porta,
“O dia é uma criança...”
Ainda há tempo
De aproveitar as veias
E a força, o relâmpago
De desejo, o gosto de cravo
Ainda soa no paladar
Tudo novo, tudo é ar
Tudo é gás, a correnteza
Pulsa forte, não anda
Pra trás...ouve-se ainda
No amarelo do sol o cheiro
De flor e de vida
Acordo.
Vejo pela claridade
Debaixo da porta que
O dia já é grande...
Decepada a inocência
Do corte apenas poemas
O vermelho descendo e
Corroendo a ilusão....
Deito mais um pouco
E me pergunto:
Porque os dias crescem
Tão rápido...e somem
Na volúpia
Durmo... depois do frio
Da madrugada o solvente
Acende o resto da fome,
Quando acordo
O escuro da rua
Se compartilha
Com o do quarto...
Gosto da corrente
Da prisão do amor...(reanimo a deitar)
A rua é escura como
É escura a minha dor...