Sou deserto do meu próprio sonho.
Árido, por sobre areias desta noite fria,
sopra o vento por meu corpo tão gelado.
Inerte, sou a solidão de outra poesia,
não sinto o tempo, sou o amor estagnado.
O olhar perdido na fuga de horizontes,
minha boca seca, não ouves minha voz.
Escalo dunas à procura de outros montes,
sou apenas saudade do que fomos nós...
Alguma estrela que ilumine meu escuro,
no céu que escondeu o seu azul incerto,
é pouca luz a brilhar no infinito impuro
e meu sonho é a extensão desse deserto. (IDA)