QUASE MÃE

Sou, de novo, um ser estranho,
eis que de outro jeito,
meio agosto, meio desfeito
em carinhos, talvez dezembro
recomposto qual luzes de Natal.

No teu olhar descubro o sinal
do que perco, do que ganho.

Tudo é muito mais do que lembro
de mim, de ti, do que fui.

Redescubro, em cada caminho,
propostas, um beija-flor, um dedo angelical
que te toca o seio, nutriz
da eterna busca pelo ninho.

Te encontro na fêmea que flui
natural, que entrega o que possui
quase mãe, quase raiz.


Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 04/11/2012
Reeditado em 05/11/2012
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