OLHOS

A alva luz dessas esferas

Rápido abre caminho

Conforta o desolado

Abraça o ser mais sozinho

Úmidos e cintilantes

Fixos observam

Do julgamento, fogem

No soberbo, se elevam

Alegam o sofrimento

Alegres, ele se esvai

E caem, se envergonhado

Ao verem o amor passar

Só observam de lado...

...E claro: eles falam

Mesmo que sem o som

Calam o mais alto tom

De outros olhos que encaram

Ponte infinita do ser

Esquecem que são da gente

Viram alma algumas vezes

Vira a alma de repente

Transcendentes, me revelam

Te refletem calmamente

Absorvem a essência, aparência

inocência

Pra guardar eternamente

Perseguem em julgamento

Quem por eles condenado

E machucam desafetos

Pra depois, ao perdoar

Desconfiar, semiabertos

Se fecham na ignorância

Negam também a verdade

Quando não lhes convier

Numa forte tempestade

Cedo ou tarde, eles secam

Cobertos pelas pálbebras

Guardam consigo tudo

O que não contaram

O que contaram

Longas histórias

Os que amaram

E o brilho, ele se esvai

Vai viajar distante

A claridade do semblante

Sempre irá se apagar.

Deperiret Sonus
Enviado por Deperiret Sonus em 04/11/2012
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