Manhã de passarinho
Sob o signo Scorpio
cavalgo, perplexo,
com rude fardo
de ter que, solitário,
navegar.
Manso como as flores,
com vocação de uva,
pronto para ser triturado,
busco uma rima impossível
para o verbo morrer.
Estando na envelhecência,
escrevo para esticar a vida
e explicar o hoje
no amanhã
que jamais chega.
Se ninguém escapa
de sua própria natureza,
mostro a língua
para quem idiotiza a vida,
louvando os pássaros
que fundamentam a manhã
com arte/ofício de saber viver.
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