AUTOANÁLISE
Não sou um poeta maldito da concepção do Romantismo byroniano,
Não sofro do “mal do século”! O mal deste século é outro: a indiferença
Afetiva! Não se sofre angústia por amor impossível, por crise existencial!
E eu nunca quis morrer jovem, nem de pneumonia, nem de overdose...
Meus poemas, se bem que tristes e pessimistas, estão longe de Spleen:
Poema tétrico de Baudelaire - é muito realismo, muita coragem
Para os dias atuais: somos bons em maquiar sentimentos, pontos de vista
Usando figuras de estilística e não há subjetivismo – somos todos iguais!
Há uma dissonância entre mim e meu tempo: procuro ser eu mesmo!
Escrevo poesia por necessidade da alma, não para agradar ou desagradar,
Não escrevo para um “público alvo”: coisa de marqueteiro para vender!
Lê minha poesia quem quiser, não importa a classe, a idade, o sexo,...
Sou poeta de engajamento: amo minha pátria – a cultura, os costumes,...
Sou naturalista: amo a Natureza; idealista quase utópico: vivo sonhando!
Não sou pessimista: sou “chorão”, carente afetivo e azarado no amor!
Não sou poeta de “escola”, não me enquadro em “ismos”!
Gosto de brincar com a língua, usá-la diferente, dar-lhe um toque de arte!
Minha vitória: fazer as palavras tremer de emoção, derramar lágrimas!
O dicionário amigo - grande parceiro. Mas, tenho dó do seu vocabulário:
Descontextualizado, sem significação, queria usá-los todos na poesia!
Alguém está me achando um romântico sentimentalista?Não me importo!
Inclusive, sempre fui um apreciador da poesia do Romantismo!
Poeta inspirado, não me falta estro: escrevo sobre tudo, só não fico mudo,
Passar pela vida sem uma compreensão, sem opinião – pior que tudo!