Homem nas Trevas
Um sombra me envolve
e como um véu cobre meu ser
me isola, me protege...
me tira o sofrimento de viver
Ao outro mundo me carrega
e traz paz a minha mente
as mesmas trevas de quem nega
a ilusão de um ser clemente
Porque na luz da vida
o sofrimento me é cruel
e esse mundo eu nego
assim como nego esse céu
Porque em meu peito tanta dor
sou eu que devo carregar?
e se um dia a escuridão
vier então a dissipar?
Pra onde irei? O que farei?
será que poderei escolher?
ou os nobres servos do senhor
que ainda hás de me colher?
Como um fruto podre
que deve se curar
chorar em pedido
para o senhor me perdoar
Culpa e transgressão
que aniquila minha memória
devo então seguir-vos?
minha perguntá é retórica!
E aos inestimáveis anjos
que vivem a voar
nos mais belos vilarejos
porque irias perdoar?
Não sabeis minha dor
não conheceis meu sofrimento
não vives-te minha dor
nem onde vivem os lamentos
E nas luz outros olhos me vigiam
olha cada passo que já conhece
me julga por cada escolha que fazia
e só faz o que lhe apetece
Mas nas trevas me sinto livre
na imensidão da não existência
em que dentro me retive
dentro de minha consciência
Sou livre, sou eu mesmo
mesmo que seja bom ou ruim
não sou feliz, mas não sou triste
sou apenas uma parte de mim