O ano 1974
alforje
Goelas!
Nas costas de minha
tripa tem
O fardo
o canto sujo ( pústula ou puta
Ou desejo de ver carne
Carne ao redor do osso morto)
Da parede sem casca
De cores várias...
É no fogo da canga é
que as coisas desanda.!
(sinceridade demais
cansa)...
No lombo desforrado
Na chaga
Na esfregada batalha
Vermelha (o fedor das varejeiras )
Dia após dias,
O pão, o café, a surra
Indomada e crespa
Na praça da feira
O pau de sebo
Flutua no centro
Do mar...e muitos
Querem subir
Nos arrepios do
Corpo...
Quanto corpo há
Quando o que se é
É o que se dói?
São as tripas?
E minha cara ( já quase
Desnecessária)
Torcida, aniquilada
(de dentro o mundo
é outro ), eu mostro
á exaustão dos dias
quentes...quão fino
e áspero são as cordas
do amor....
E as gargantas
Gritam em outras
Gargantas, nas suas
Goelas sangradas
Pelo tamanho da palavra
( palavras
podem ser paridas? )
entretanto, na latrina do
Banheiro da rodoviária,
O ano de 1974...podem
Ser vomitadas...