ALQUIMIA
Faço meu poema, como quem jorra sangue,
Como quem pare na dor o seu rebento...
Como quem crava o próprio peito
Para anunciar o seu lamento...
E o poema sinto-o nascer...
E seu umbigo ainda o tenho preso a mim
Quando me apascento.
E ouvindo seus lamentos,
Eu me renovo...
Depois eu o abraço, quando estou sozinho,
E bebo em sua boca o mesmo vinho,
Para não me sentir só.
Geraldo Altoé