esclariar
Se era a vida
Boa, como a
Pele sonora
E bela que
Cobre o dia..
Se era seu
Rosto santo,
Bonito e puro:
Uma lua aparente
Exigente de senso
Fruto
Se tinha tudo
E ao mesmo
Tempo nada tinha...
Se sorria, mas
Nada tocava
Minha geografia
Faltava-lhe o
Visgo de sangue
A veia suja
E o despudor
Do amante...
Faltava o grito
De égua, um
Corte na primavera
A queda e a morte,
O destroço do dia
Faltava-lhe artéria
O gozo, a montanha
De ferro, o aperto
Na queda, o jorro das
Garras , unhas afiadas
Perfurando o pescoço
Faltava-lhe sua
Parte impura
Sua maldade
Madura...
Sua diabólica
Criatura...seu
Bicho escorraçado
O uivo da morte
O caldo
O espasmo, o cangaço,
O diabo, a faca, o estouro
De uma manada, o giro
De uma vaca, e o tombar
Do malandro na navalha
Faltava o desabrochar
A flor se consumar
E molhar-se de
Mel e relâmpago...
Se havia o céu
Límpido e transparente
Faltava lhe a dúvida
Perversa e latente
Faltava o músculo
Da coragem, muito
Ausente, a vontade
Crespa , o cedro fosco
O mar revolto, sua parte
Erguida, sua lasca de lenha
Faltava você, sua louca!