Quase noitinha

Que as tardes não

Seja mais aquelas

Tardes De medo,

E sim, outras, mais

Bela sem tantos

Segredos...

Apenas a tarde

Pura e vermelha

A tarde simples

Com sol com nuvens

Amarelas ,

verdadeiras

Dobro o papel

Coloco invólucro

E no envelope

“Querido Papai

Noel”

De volta pra casa

Quase noitinha, já

Noto as estrelas

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O rato invertebrado

Passa pelas frestas

Do assoalho e diz: alô! ,

Parece animado

Outros falam, drogado!

Nada disso lhe importa

Pois a festa acabou....

Se não fosse tão rígido

Ficaria estagnado

Já que tudo desabou

O rato anda descalço

Não tem casa ou comida

Passa o tempo de sua

Vida na janela do amor

O acende seu cigarro

Dispensa identidade

Pois sabe que sua vida

Nessa terra desmoronou

O rato, tão lindo,

Tão fino de se ver

Lê tanto filosofia

como literatura privê

o rato se masturba

o rato canta, é atrevido

e paquerador, vive cada

momento mesmo se

esse for dor...

gosta de migalhas

do vinho que escapa,

do cheiro da manhã

e do vermelho da tarde

nos dias de bravura

lembra de uma rata branca

toda despeluda que beijava

sua bunda, a vida

não era luta, e ela,

a rata branca tinha

a maldade da boceta

e o amor de uma santa