Mineralogia.
Eis que te traço: pedra, flor e ofício,
A causa desta lida em carnadura
O dedo na ferida da censura
O verso esparso abraça o precipício.
Eis que te faço: rota, dom e vício,
Conquanto repetida, que depura;
No canto, na medida e na procura,
O fundo falso do ato no artifício.
São palavras, a foz do pensamento;
Só palavras, no logro e no protesto;
Mais palavras, no gozo e no tormento;
Nas palavras, o mundo tal, contesto;
Sem palavras, a voz em sofrimento;
Palavras mudas: a aflição do gesto.