Adorada Amiga Morte
"Lamentando vagarosa, fria e escura
A exímia luz que outrora iluminava
À noite que dentro, em mim, alimenta
A amiga morte que se aproxima
Com os olhos congelados ao espelho
eu espero em segredo outra chance;
Vivo correndo, sem destino e com medo
Do amor que o finito me traz
O desejo me corroí o corpo
Trazendo sensuais sonhos vís
A lágrima castiga a nova aurora
Adormecida, acordada, eu levanto.
Pisando descalça nesse chão impassível,
O sangue dos olhos escorre
Trazendo para perto a amiga morte
que vem me banhar em silêncio
Escute o pavor que me consome,
Sinta a ânsia que dentro de mim se aflora
A triste luz do dia, traz desordenada
a melodia, da adorada amiga morte.
Suspirando lentamente, inalando nas palavras o consolo
Em meu peito, no meu leito, ela me adormece
Fazendo parar o coração,
o único que, em mim, ainda insistia..."