QUANDO UM ANJO CAI
Um anjo, quando desce a terra
Erra, em sua gentileza,
Berra, de sua natureza
Um anjo acostumado
A um céu dourado
Mas reduz o seu pecado
A um cinza cromado
Destes de carro do ano
De veludo cotelê
E inveja de fulano;
Um anjo tão delicado
Que dedica o seu lado
Para qualquer estranho
E o estranho é que ele
Rosna baixo, acabrunhado,
Quando olha arrependido
Que deu o seu melhor lado
A um coitado de um tapado
Este anjo jaz demonizado
Já está desmemoriado
Já nem lembra o céu dourado
Se converte em pura cinza
Se contorce, se reclina
Se transforma em purpurina
Em talco em nuvem espessa
E acaba feito monstro
A decorar uma sarjeta.
Um anjo, quando desce a terra
Erra, em sua gentileza,
Berra, de sua natureza
Um anjo acostumado
A um céu dourado
Mas reduz o seu pecado
A um cinza cromado
Destes de carro do ano
De veludo cotelê
E inveja de fulano;
Um anjo tão delicado
Que dedica o seu lado
Para qualquer estranho
E o estranho é que ele
Rosna baixo, acabrunhado,
Quando olha arrependido
Que deu o seu melhor lado
A um coitado de um tapado
Este anjo jaz demonizado
Já está desmemoriado
Já nem lembra o céu dourado
Se converte em pura cinza
Se contorce, se reclina
Se transforma em purpurina
Em talco em nuvem espessa
E acaba feito monstro
A decorar uma sarjeta.