A BELEZA COMO CASTIGO
A BELEZA COMO CASTIGO
Quando se colhe uma flor,
Pela sua beleza e encanto,
Condena-se a morte,
E a mais bela, a mais perfeita,
A predileta entre todas,
É a primeira a ser condenada,
A primeira a conhecer a morte,
Pagando com a própria vida,
A desgraça de ser bela,
E o infortúnio de seu perfume,
Fosse ela de beleza ínfima,
E de fragrância comum,
Para entre todas ser confundida,
E alimentar com seu pólen,
Borboletas, insetos e colibris,
E até o último vigor,
Permaneceria viva e intocada,
Até que a natureza a depusesse,
Do alto do seu pedestal.
O Poeta da Solidão