HOMEM, APENAS

Descobri de repente o óbvio: carrego o mundo

E ele me é tão pesado e apático

Me causa tantas dores: no íntimo, no físico, no financeiro, amoroso, familiar

Sou um condenado.

Sou um rei.

Sou vértebra

Sou um grego.

Não pedi por isso, apenas constato.

Olhos exigem de mim uma emoção que não possuo

Mãos me pedem socorro que não posso dar: abismo

Corpos clamam calor....vapor

Percorre-me a ideia: posso

Não posso. Posso. Não posso. Não. Posso.

Líquidos de desejo por tentar ser me saem da alma

Erros, pois sou violento, caos, desordem, desproporcional, monstruoso, encarnação de força selvagem: cataclismo

Querem, sonham de mim: Titã

Mas se esquecem que estão mortos e vivos

Resplandecem apenas nas letras

Ninfas e Plêiades não saem de mim: apenas fraqueza de homem humano, simples e que sente a vida fluir como um rio que possui apenas uma direção, apenas uma certeza....

Busco o poder supremo: viver. Na calma de ser.

Mas...escravo. De uma existência para qual fui escolhido não escolhi.

Senhor apenas de águas distantes....não essas que me são agora.

Sustento um mundo sem ser nascido um deus. Cobram esse nascimento divino. Desculpem: monoteísta

Cartografia de homem pequeno e que não pode ser sem o ser, apenas homem.

Atlas de homem na pele de homem

Homem. Homem. Sete vezes te digo vida sou homem, apenas.

JAMERSON SILVA
Enviado por JAMERSON SILVA em 31/10/2012
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