HOMEM, APENAS
Descobri de repente o óbvio: carrego o mundo
E ele me é tão pesado e apático
Me causa tantas dores: no íntimo, no físico, no financeiro, amoroso, familiar
Sou um condenado.
Sou um rei.
Sou vértebra
Sou um grego.
Não pedi por isso, apenas constato.
Olhos exigem de mim uma emoção que não possuo
Mãos me pedem socorro que não posso dar: abismo
Corpos clamam calor....vapor
Percorre-me a ideia: posso
Não posso. Posso. Não posso. Não. Posso.
Líquidos de desejo por tentar ser me saem da alma
Erros, pois sou violento, caos, desordem, desproporcional, monstruoso, encarnação de força selvagem: cataclismo
Querem, sonham de mim: Titã
Mas se esquecem que estão mortos e vivos
Resplandecem apenas nas letras
Ninfas e Plêiades não saem de mim: apenas fraqueza de homem humano, simples e que sente a vida fluir como um rio que possui apenas uma direção, apenas uma certeza....
Busco o poder supremo: viver. Na calma de ser.
Mas...escravo. De uma existência para qual fui escolhido não escolhi.
Senhor apenas de águas distantes....não essas que me são agora.
Sustento um mundo sem ser nascido um deus. Cobram esse nascimento divino. Desculpem: monoteísta
Cartografia de homem pequeno e que não pode ser sem o ser, apenas homem.
Atlas de homem na pele de homem
Homem. Homem. Sete vezes te digo vida sou homem, apenas.