ONDE ESTÁS...
Onde estás: pergunta meu desejo
Te vejo por olhos não meus
Vozes me dizem onde estás
Meu pensamento voa em teu espaço, mas ele não entra
Fechado a mim que não sei onde estás
Sei onde estás. Perto longe de mim
Somos um e dois ao mesmo tempo
Sou em ti e não és em mim: querer
Saí de mim para te ter junto a mim
Habitamos
Olhamos
Conversamos
Não nos entendemos
Caminho parado sobre teu espaço
E é sempre não a palavra que me persegue neste ida
Calado e só converso comigo sobre você
E me respondo, ainda calado, que sou só, pois me pergunto onde estás e a ressonância do silêncio me forma
És matéria irreal e intocável num realidade fantasmagórica
Fantasma concreto que solicita o físico
Me tocas, mas um toque também fantasma; me adentras o juízo e me enlouqueces na percepção de que como seria bom se fosses real e presente
Falas e persigo o eco de ti: sonho
Gritas dentro de mim
Grito em mim
Pois sou labirinto
E sinto saudades de mim