Tic-tac

Relógio que apaga o passado

marcando saudades sentidas.

Com o ponteiro acelerado,

envelhecendo nossas vidas.

Relógio não ande tão ligeiro,

não mande embora

meu amor primeiro.

M’alma triste chora.

O tic-tac machuca o coração,

não sinto mais alegria.

A despedida e o aperto de mão

desbotam minha poesia.

Relógio da ingratidão,

atração dos olhares.

Marca a hora da oração,

acende as velas nos altares.

Tuas horas eu sinto.

Na paixão o começo e o fim.

É verdade, não minto.

Desde o começo foi assim.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 30/10/2012
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