Tic-tac
Relógio que apaga o passado
marcando saudades sentidas.
Com o ponteiro acelerado,
envelhecendo nossas vidas.
Relógio não ande tão ligeiro,
não mande embora
meu amor primeiro.
M’alma triste chora.
O tic-tac machuca o coração,
não sinto mais alegria.
A despedida e o aperto de mão
desbotam minha poesia.
Relógio da ingratidão,
atração dos olhares.
Marca a hora da oração,
acende as velas nos altares.
Tuas horas eu sinto.
Na paixão o começo e o fim.
É verdade, não minto.
Desde o começo foi assim.