Latidos
O grito vem do vagão
Das pernas...no surdo
Das palmas dos lábio
E tem labareda
Embaixo da pele
Nas catacumbas
Das veias,
Quem falou que o passado
Não berram, não nos
Cospe na cara....
O Fogo-fátuo nas cadeiras
Enferrujada na pelvis
Cansada, é uma rosa amarela
Sim, mas suja, Encrespada de ferrugem;
“Somente o tempo aquece”
mas a gente não esquece
de porra nenhuma!
E ainda querem que estômago
Peça perdão, ajoelhado
Pois a comida lhe chega
Pouco e a raiva de se
Saber espaço, de se
Saber não apenas lagoa
Mas o mar, o mar não
De água, mas o mar
Quando algo se perde...
E não mais vou encontrar
Porque se tornou palavras
Apenas uma palavra
Que não pode pousar...
Que eternidade é
Maior quando não
Se importa com nada
Quando até a morte
É camarada...
Pra quê gritar quando
A palavra não passa
Pelos dentes e a garganta
Já esfolada, não aguenta...
E ser apenas louco
Apenas pouco, apenas
Merda
...mas de amor a vida
se salva ( grande
merda é amor, quando
não se tem.
Mas já o tive
já fui fogo, já fui dor,
já fui tolo, já fui fogo-tolo
de que eu era...)
e mais uma vez eu digo:
grande merda!
Que amanhã, às oito
Horas do dia claro
Vai estar sobre a mesa
A toalha quadriculada
Com café, o pão com manteiga...
E alguém vai me olhar
E seu olhos pequenos
Sem piscar, sem pestanejar
Que meus olhos são um sol
De janeiro, que o tempo
Todo estive aqui sobre
A mesa redonda do existir
E que nos despediremos
Pois não a nada que me
Faça mais me sofrer
Que esse latidos
Que vem da minha infância