embaixo da pele seca da ferida
A casca amolecida
Cobre A ferida...
Embaixo, algo corre:
O rio da minha vida
(E dentro da pele
Nas galerias que compõe
Meu mistério...
Corre sangue, oxigênio
E saudade...)
“E tantos outros males”
O palavra não fala
Dela...
A palavra não fala
Do nervo que faz
De outro modo,
A mesma dor
Viajar cortando
Todos os dias
O mesmo lugar:
A palavra nunca viu
Nunca soube, mas substitui
E todos acreditam que
A carne mole, que vai
Ficando mole com os
Anos, no tocante de
Sua ausência foi mordido
Pelo tempo...
Por isso compõe se música
Poemas, ode, por
Isso a arte, por isso
Essa angústia que sacode
Por isso a morte sobre
A vida, por isso essa
Vida que não pode.
E que morre e que
Morre, e que morre
Cobre-se do manto
Santo, no estômago
Vazio, das noite pobres
De pouco vinho, de poucos
Abraços.... a única coisa,
O prurido, o calor, os
Insetos, o gosto amargo
De estar vivo num lugar
Depois dos anos 2000,
Separado da mulher
Dona da maior palavra
Do universo: nunca
Me falou, de que palavra
Se tratava, de que mundo
Eu me guardava;;;
Essa que vagava na poeira
Cósmica e falava outras
Línguas, todas no manejadas
Por lingua e cusme, serpente
Gosmenta que me dava prazer
Em estar morto trancado
No meio de suas pernas
De Escroto
De sufoco pelo corpo
Como se no caixão eu
E minha cama, preso
Na mesma solidão...
Chorasse pelo deserto
Que não cansa de não chover...