Os Cálices que Eu Provei Tinham Sabor de Amor
Então provei do cálice da sabedoria
e abriram-se infinitas hipóteses
e o sol brilhou como nunca vi
e a lua fez meus olhos mergulharem na noite.
E foi necessário continuar a busca
e foi prazeroso galgar os degraus
pois a cada nova revelação foi vida
e cada palavra compreendida foi amor.
Então provei do cálice da dúvida
e os caminhos foram estreitando-se
e o sol foi a sombra do eclipse
e a lua minguou e a noite foi de trevas.
E foi necessário continuar a busca
e foi uma nova provação a ser superada
e as novas revelações foram de mortes
mas, o amor que conheci fortaleceu-me.
Então provei o cálice dos iniciados
e os caminhos tornaram-se dourados
o sol e a lua derramaram seus mistérios
então reconheci minha tamanha ignorância.
E foi necessário continuar a busca
e a cada novo renascimento uma surpresa
e reconheci que a vida e a morte eram analogias
e que com as armas do amor eu poderia evoluir.
Então provei o cálice de um novo tempo
e o gosto era de feitiços ritualísticos
e agora o sol brilhou no meu próprio intimo
e a lua tornou-se companheira no sanctum.
E a busca tornou-se prazerosa e sutil
e o silêncio se fez presente no cotidiano
a vida e a morte já não causam temor
e a minha senda tornou-se a filha do amor.
Então provei o cálice do puro amor
e o gosto era daqueles intransponíveis
e as palavras já eram desnecessárias
e o sol e a lua se completaram no céu.
E a busca tornou-se radiante e plena
e a cura do mundo tornou-se possível
a vida transpôs a morte e era a eternidade
de um processo contínuo de aprendizados.