A respiração do monstro verde
Passou a tormenta
As ondas cantam descansadas
Amiudadas
Aquelas gotículas refrescam o pensamento
Eis o comandante sem o sonho
Os farrapos do seu navio
Tudo no fundo do oceano
Os animais marinhos colonizam os espaços
Sonham com a superfície
Acostumado ao balanço das ondas o comandante chora
A terra que o enforca e afunda
Ali, no pó da estrada, que fará
Ali, entre os vermes, falta-lhe o ar
A respiração do monstro verde
A liberdade do azul em se transformar
A constante exposição ao sol, à lua
As estrelas dentro das retinas
Os rios correndo nas veias
Surdo está o marujo
Sem o canto das sereias
Só lhe resta o lencinho branco
Quer chorar
Passa a mão nos longos cabelos
E o lenço voa
Ave branquinha
Na largura livre do mar