SINTONIA

Sempre que viro a página

Algum coisa me vem do passado

Algumas lágrimas, ares sedentos

Do lamento que guardo e trago

De página em página em elevo

Crivam-se pontas tardias

De feitos não terminados

E o por fazer sem ser aflito

Destes baús contínuos

Vontades bipartidas aladas

Só, na solidão calada

E meu peito fechado e tenso

Olho de novo ao espelho

Dos cabelos que se grisalham

Tempos passados, nem sempre perdidos

Das coisas que foram e que faltaram

Mas busco na alegria íntima

Renascer em nova nau escura

Por todo mar que se aproxima

Cores, tons, desejos, aventura

O coração ilhado entres flores

Nesse Jardim que tenho em Porto seguro

Primazia de amores que aventuro

E lamentos para quem pensa em dores

O fino refletir do Sol de agora

Traz uma nova canção no ar

A próxima rua para atravessar

Um encontro e o beijo que demora

Trago no coração ainda, o bom da vida e a felicidade como

companheira!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 02/08/2005
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