SINTONIA
Sempre que viro a página
Algum coisa me vem do passado
Algumas lágrimas, ares sedentos
Do lamento que guardo e trago
De página em página em elevo
Crivam-se pontas tardias
De feitos não terminados
E o por fazer sem ser aflito
Destes baús contínuos
Vontades bipartidas aladas
Só, na solidão calada
E meu peito fechado e tenso
Olho de novo ao espelho
Dos cabelos que se grisalham
Tempos passados, nem sempre perdidos
Das coisas que foram e que faltaram
Mas busco na alegria íntima
Renascer em nova nau escura
Por todo mar que se aproxima
Cores, tons, desejos, aventura
O coração ilhado entres flores
Nesse Jardim que tenho em Porto seguro
Primazia de amores que aventuro
E lamentos para quem pensa em dores
O fino refletir do Sol de agora
Traz uma nova canção no ar
A próxima rua para atravessar
Um encontro e o beijo que demora
Trago no coração ainda, o bom da vida e a felicidade como
companheira!
Peixão89