O dia de hoje não sou mais eu
O dia de hoje
é a dor de toda a alegria que se anuncia
a morte da esperança,
da criança que já se foi um dia
o silêncio absoluto frente ao absurdo
e engasgado na garganta um tão doloroso soluço
é a extinção de tudo que é certo
um disparo de disparátes
um conflito mórbido e infértil
e a tua tão vil figura
com tua tão exposta chaga
enfrenta a chuva de fél
se molha, derrete, e se apaga
assim como se apaga a loucura
na cabeça daquele que se diz são
mas na verdade são não é
é amargo, é dolorido, é sem visão
não enxerga os próprios passos
desconhece a sua missão..
apenas ruma, sem rumo
apenas segue escondido..
no meio da multidão