ESCURO

As vezes

A poesia rasteja na página

Como um bicho,

Que esbraveja e chora,

As fraturas das coisas.

Vou pisando com raiva

O dia que me dói.

Preciso de um vôo mais alto

Da águia que desaparece

No seu céu particular

E ignora o terremoto

Que compromete a juntura dos osssos.

Tento procurar o sol

Pra iluminar a alma.

Preciso me juntar

Encontrando o cerne da ruptura

E recompor-me

De onde me escureceram.

Quitéria Régia
Enviado por Quitéria Régia em 27/10/2012
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