ESCURO
As vezes
A poesia rasteja na página
Como um bicho,
Que esbraveja e chora,
As fraturas das coisas.
Vou pisando com raiva
O dia que me dói.
Preciso de um vôo mais alto
Da águia que desaparece
No seu céu particular
E ignora o terremoto
Que compromete a juntura dos osssos.
Tento procurar o sol
Pra iluminar a alma.
Preciso me juntar
Encontrando o cerne da ruptura
E recompor-me
De onde me escureceram.