A luta do vento com o abieiro

As nuvens juntas

Logo escurecem

Deixando cinza

Toda a cidade

O primeiro

Trovão estremece

Anunciando uma

Grande tempestade

Logo em seguida

Chegam fortes ventos

E os cata-ventos

Caem do meu telhado

Da minha janela

Vejo um frondoso abieiro

Que balança os galhos

Para todos os lados

E o vento forte

Tão forte que uiva

Por onde passa

Deixa estrago permanente

Mas o abieiro a ele não se curva

E mantém-se ali de pé

E imponente

E o vento então diante daquilo

Perde logo a sua paciência

E sopra seus ares gelados

Com toda força, toda a violência

E o abieiro continua firme

E os seus galhos mais e mais vão balançando

E o vento então

Vê seu ataque frustrado

E acredita que a árvore continua

O desafiando

E o vento então

Num ato irresponsável

Avança sobre a árvore

A vários quilômetros por hora

"Quem essa árvore pensa que é?

Quero ver se não se curva agora!"

E o vento passa pelos galhos do abieiro

Orgulhoso de sua força desmedida

Mas quando enfim ele olha pra trás

O que ele vê: algumas folhas caídas...

O vento totalmente desolado

Vai-se silencioso como a morte

E o abieiro sem algumas folha

Continua lá, cabeça erguida, firme, forte

E eu me senti como aquele abieiro

Que atacado foi pelo vento forte e frio

Algumas folhas se perderam: inevitável

Ele sofreu, balançou, mas não caiu!

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 27/10/2012
Código do texto: T3955563
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