Um Almoço com Rimbaud, Dante e Baudelaire

Um almoço frio e cru

entre Rimbaud e Baudelaire

e vasos velhos de papoulas

regurgitando ópios a Dante

em rio de lava sideral

onde nascem peixes-pedra

e as sereias derretem

nas cachoeiras solares

que clareiam os pensamentos de Circe

dormindo em uma favela

e passeando nos trens de fogo;

é agora a sobremesa recusada

e Rimbaud faz versos ao garçom

e os vermes rutilam aos olhares

pálidos e petrificados de Baudelaire

enquanto Dante toma café com gelatina.