SOU RIMA

Então só,
tento desatar o nó
ao qual tua súbita ausência
me jogou.
Desconfio do que sou.
Suspeito de demência.
Pairo no improvável,
qual beija-flor indeciso.
Meu corpo dilui-se no espaço
impreciso,
que ocupa a síntese da dor
e do amor.
O encontro é inviável,
mas o coração suplica o abraço.
Respiro lembranças,
viajo floridas alamedas,
resgato o que me resta
de auto-estima.
Na lua minguante faço a festa
de bruxas, gnomos, esperanças
e, por mais que intercedas
debochada, te ignoro.
Sou verso, sou poema, sou rima.
Jamais serei apenas o que choro.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 26/10/2012
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