A carta

Minha alma branca

Vestiu-se de preto

E minha tez

De tristeza se pinta

Quero escrever-te

Uma carta

Falsa e franca

E quero usar meu sangue

Como tinta.

Corto meu pulso

E o faço de tinteiro

Que linda é tinta

Num papel avulso

Penso em pensar

No que dizer primeiro

Mas acabo mesmo

Escrevendo por impulso.

E nessa folha solta

Ponho minha vida

Em mais ou menos

Trinta e poucas linhas

Digo-te tudo

E ao mesmo tempo nada

E o meu sangue

Gotinha a gotinha

Cai no solo

E leva a cor da minha pele.

E quando enfim

Se acaba toda tinta

Termino o texto

E rezo pra que

Você sinta

Todo o amor

Que nessas linhas pus.

Desejo mesmo

Que você não sinta dor

Pois minha vida dei

Por esse amor

Mas antes de morrer

De ver

A luz que mata

Deixei um pouco de mim

Pra você

Nessa carta...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 26/10/2012
Código do texto: T3953925
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