Maldita a hora

(26/10/2012)

Maldita a hora que encontrei você

Que permiti que entrasse em minha vida

Que me dei direito a sonhar

De voltar a amar, algum dia

De pensar e dizer-lhe “Ainda bem!”

Maldita a hora que me atirei em sua teia

De cabeça, sem tino, sem medo

Entregando-lhe os meus segredos

Minha esperança e sossego

Meu coração corrugado, mais uma vez colocado

Em fina bandeja de prata

Maldita a hora em que me cobri de ilusões

Que vislumbrei um futuro distante

Onde eu e você de mãos dadas

Como sempre fizéramos antes

Sob a luz magenta, ao poente

Caminhávamos rumo ao horizonte

Hoje sigo em passos incertos

Sem saber o que fora verdade,

Se tudo foi tudo e apenas

A mais deslavada mentira

Agora que pôs-me pra fora

Daquilo que quer pra sua vida

Fico aqui remoendo a pergunta

Que o tempo mudou o sentido.

De doce, terna e sublime

À fel que amarga-me a boca

Que brado aos céus em voz rouca:

Eu realmente não sei

O que eu fiz pra merecer

Você assolando minha vida!?!?