Ars poetica (Archibald MacLeish )***Ars poetica (uma adaptação, releitura livre de Tânia Meneses)

1. Ars poetica (Archibald MacLeish )

A poem should be palpable and mute

As a globed fruit,

Dumb

As old medallions to the thumb,

Silent as the sleeve-worn stone

Of casement ledges where the moss has grown _

A poem should be wordless

As the flight of birds.

A poem should be motionless in time

As the moon climbs,

Leaving, as the moon releases

Twig by twig the night-entangled trees,

Leaving, as the moon behind the winter leaves,

Memory by memory the mind _

A poem should be equal to

Not true.

For all the history of grief

An empty doorway and a maple leaf.

For love

The leaning grasses and two lights above the sea _

A poem should not mean

But be.

2. Ars poetica (livre adaptação de Tânia Meneses)

Um poema deve ser palpável e silencioso

Como um fruto saboroso,

Exato

Como velhos medalhões ao tato

Silente como a pedra carcomida

Nas bordas da janela onde o musgo põe vida _

Um poema deve ser como uma página em branco

Como o voo dos pássaros, franco

Um poema deve ser estático

Assim como a lua sobre o monte dogmático

Subindo tal a lua em liberdade

Enlinhando-se nas ramagens desde a antiguidade

Sumindo, como a lua, no frio das folhas invernais,

Na profundidade das cavas mentais

Um poema a si deve pertencer

E nele estar e morrer.

Por uma história de sofrimento

Uma porta solitária e uma folha ao vento

Por amor

A relva se dobra à luminosidade acima do mar

Um poema não tem que dizer

Mas ser