No que me revelo
Tenho pés que voam
Tenho mãos que me apoiam a cabeça
Enquanto durmo
Enquanto rabisco os acertos
Que servem a me por no prumo
Nas retas que traço
Com os esquadros dos meus braços
Refaço
Caminhos que me conduzem
Então, com pés descalços
Desafiando a eloquência
Dos meus passos
Estradas frias
Estão vindo ao meu encalço
O eco de meus labirintos
em cujos muros me embalo
me lançam numa doida correria
De buscar-me no vão do espaço
Traduzindo-me os sonhos
Revelando-me os compassos
Onde sorvo inebriado
Minha trilha, meu pedaço
Na imagem que me mostra
Nos perenes rios rasos