Até o romper do sol
Desde as altas horas da noite,
E eu aqui a caminhar sem sorte...
Busco enfim sei lá o quê?
Embaraço-me nos tantos porquês?
O que vale a pena?! Sei lá! A vida ou a morte?
Qual caminho a seguir!? O sul ou o norte?
Esquadrinho triste um pedaço de mim;
Restos e migalhas do não e do sim.
Pra mim os corações todos fechados
Ouço o latir e o cio dos cães, ali ao lado
Os gatos baderneiros nos telhados,
Fazem a festa com suas farras e miados
Sapos fazendo amor sendo copulados
Penso comigo totalmente inconformado;
Que até os animais tem um ser amado
Entronizo-me neste meu ser indesejado;
E sigo assim nos passos lentos e calados.
Minha amiga 'Neblina' se faz presente,
Com seu feitiço começa me inebriar
Ela abranda em meu corpo carente...
Penetra suave em meu rosto latente...
Faz meus olhos tão perdidos ofuscar
Ela compartilha os meus sofrimentos,
Na madrugada vê os meus lamentos
Sabe cada rumo deste frio caminhar
De mãos dadas com meus sentimentos
Entrega-me frio e sereno ao Sol raiar.