Até o romper do sol

Desde as altas horas da noite,

E eu aqui a caminhar sem sorte...

Busco enfim sei lá o quê?

Embaraço-me nos tantos porquês?

O que vale a pena?! Sei lá! A vida ou a morte?

Qual caminho a seguir!? O sul ou o norte?

Esquadrinho triste um pedaço de mim;

Restos e migalhas do não e do sim.

Pra mim os corações todos fechados

Ouço o latir e o cio dos cães, ali ao lado

Os gatos baderneiros nos telhados,

Fazem a festa com suas farras e miados

Sapos fazendo amor sendo copulados

Penso comigo totalmente inconformado;

Que até os animais tem um ser amado

Entronizo-me neste meu ser indesejado;

E sigo assim nos passos lentos e calados.

Minha amiga 'Neblina' se faz presente,

Com seu feitiço começa me inebriar

Ela abranda em meu corpo carente...

Penetra suave em meu rosto latente...

Faz meus olhos tão perdidos ofuscar

Ela compartilha os meus sofrimentos,

Na madrugada vê os meus lamentos

Sabe cada rumo deste frio caminhar

De mãos dadas com meus sentimentos

Entrega-me frio e sereno ao Sol raiar.

Marcos Antony
Enviado por Marcos Antony em 24/10/2012
Reeditado em 24/10/2012
Código do texto: T3950639
Classificação de conteúdo: seguro