O Amor no Pós-moderno

A pureza do branco da pomba

expressa no copo-de-leite

refletida no lírio.

A paixão do vermelho do poente

vista no gerânio cerâmica

ditada pelo pico-de-papagaio.

A serenidade do azul do céu

propagada na hortência ultramar

repetida no miosótis.

A alegria do amarelo do nascente

copiada pelo miolo da margarida

e do majestoso girassol.

A transmutação do roxo do relâmpago

invejada pela violeta

e reiventada pela orquídea.

Com estas flores teceria uma tiara

para enfeitar o meu amor

e com os adjetivos criaria

o ser que amaria.

Ah, Maria, deixa Eu lhe inventar

porque no pós-modernismo

todo romantismo é fora de moda!

Leonardo Lisbôa – Barbacena, abril de 2011

POEMA 574 – Caderno: Prancha de Surfista.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 24/10/2012
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