O Amor no Pós-moderno
A pureza do branco da pomba
expressa no copo-de-leite
refletida no lírio.
A paixão do vermelho do poente
vista no gerânio cerâmica
ditada pelo pico-de-papagaio.
A serenidade do azul do céu
propagada na hortência ultramar
repetida no miosótis.
A alegria do amarelo do nascente
copiada pelo miolo da margarida
e do majestoso girassol.
A transmutação do roxo do relâmpago
invejada pela violeta
e reiventada pela orquídea.
Com estas flores teceria uma tiara
para enfeitar o meu amor
e com os adjetivos criaria
o ser que amaria.
Ah, Maria, deixa Eu lhe inventar
porque no pós-modernismo
todo romantismo é fora de moda!
Leonardo Lisbôa – Barbacena, abril de 2011
POEMA 574 – Caderno: Prancha de Surfista.