Pote de merda

Estou à beira da estrada

Caminhando forte,

Quero nova morada

Sustento assim o

Meu jeito:

De ser eu um cara

Da pesada...

Que fumo sim

Que peido e cago

E castigo qualquer

Um que me queira

Deitado...

Sou artista, sou poeta

Pra fazer poesia

a melhor matéria é essa,

os postes que só falam

de merda...

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Pisei na sua foto

Que banhava no

Café com leite....

Dorme e acorde

Nem um e nem outro

Tomara que fuja

Da morte...

O escuro não

Se espalha no pão

Que foi esfregado

Na porta de uma boceta

Quente...pela boca

Sem graça de um rapazote

Sem casa, sem lastro...

Que se acha indiferente...

no esconderijo

Do pouco dinheiro

Ou das armaduras

Que compõem a foto

Da família...um homem

Pequeno, suado frio

Finge que está me

Vendo...e marcha

Impiedosamente soldado

Nas trombetas das sombras...

Discretamente varrendo

A porta da varanda...

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 24/10/2012
Reeditado em 24/10/2012
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