O brinquedo

Agora ela marcha

Não sabe pra onde

O rosto ela esconde

Talvez timidez

Mochila nas costas

Uma roupa surrada

Uns trocados

Mais nada

Procura respostas.

O mundo parece

Um circo às avessas

Meninas travessas

Vagando nas ruas

Talvez por vontade

Ou por necessidade

Um carro estaciona

E dali leva duas...

E ela procura

Um sentido pra vida

Mal sabe a menina

O que é vida dura

Na mesma cidade

Quase a mesma idade

Mora uma menina

Quem tem pele escura

Num barraco miserável

Sem nenhuma estrutura

E por isso ela tem que

Dormir sem ter cama

Morrendo de frio

O estômago vazio

Sem entender reclama

Às cinco ela acorda

Na verdade levanta

A fome era tanta

Não deu pra dormir

Ela sai as ruas

Pra catar sucata

Papel, vidro e lata

Já passa das duas

Suor no pescoço

Nem teve almoço

Mas continua o trabalho

Com muita valentia

Ela feliz canta

Hoje vai ter janta

O amanhã é de Deus

Amanhã é um novo dia...

E a primeira menina

A que fugiu de casa

Agora se arrepende

E chora de medo

Por ser tão fútil

Ele se sente inútil

Tanta gente passando fome

E ela se aborrece

Por não ganhar

Um brinquedo...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 24/10/2012
Código do texto: T3949573
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