Poema da não razão…
São os poetas que apincham
lá no alto do céu, as estrelas.
Algumas caem, se arrebentam,
cada pedacinho vira vaga-lume.
Tem vez que a noite é tão clara
que apaga estrelas e vaga-lumes.
É que uma lua invejosa atropela
estrelinhas indefesas e franzinas.
As que escapam, tristes choram,
e conversam num idioma estelar:
- “meu Deus, até aqui os vigororos
ainda passam por cima dos fracos!”
E os poetas apinchadores de estrelas,
unidos lançam fortes os seus hálitos
para fragilizar e ofuscar a lua.
As estrelinhas do alto
aplaudem com brilho,
trepidantes,
agradecidas!