Um livro na mão...
Quando o vento
Toca minha pele
Há algo dentro de mim
Que se repele
Como se a brisa
Agisse como bisturi
Que toca levemente
E causa um corte
E a dor que vem
Depois é muito forte
De sangue minha
Alma eu tingi
De um vermelho intenso
E muito vivo
Entre o céu e o inferno
Eu me esquivo
Literalmente
Tenho um pé na cova
O outro pé caminha
Entre flores
De cores mil
E um milhão de odores
Que colocam
Minha lucidez a prova
De poeta
De louco
Tenho um pouco
O grito pela vida
Saiu rouco
Infelizmente
Ninguém me ouviu
Uma estrela
Então se apagou
Pois uma voz
Sublime silenciou
Uma voz que
Clamava por atenção
Sem choro
E também sem despedida
Ele dobra uma
Das esquinas da vida
Sem diademas
Apenas um
Livro na mão.