o tamanho do mundo

Nasci do gosto

De pó...da gosma

da terra, do grito

de um verme...

E o céu martelava

Em nossa cabeça,

Com palavras e grãos...

um tambor pálido

vibrando nas árvores

de santa maria...

O dia era guardado

Do jeito da escola.

No olhar da minha

Mãe e do meu pai,

Que não sabia que

Poesia nascia dos

Dias trincados e surdos

E a gente doía

Nas carnes e nos

Couros dos pés...

A mentira temperava

Os assoalho da casa.

E meu pai era mais

Homem que o tamanho

Do poste, que à rua

desaluviava o medo....

E mais do que febre

Mais do que aleijão

Tuberculose, mais

Ainda que ferida

De morte, feita

Por matador, ou

Perdedor era a saudade

Que mais nos matava....

descendo

Pela escadaria

De joelho e na

Avenidas dos

Quartos e das

Cadentes janelas

Que de noite,

Sem pretensão

Desce de estrelas

Na estrada de

Terra que carrega

Os viajantes....

e tudo isso não

me acordava para

o tamanho do mundo...

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 23/10/2012
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