Impetuosidade!
Naqueles tempo inexatos
De luxúria às avessas,
Eu deplorava-me nos cantos sujos;
Onde ao meu lado vociferavam seres absurdos,
E na rouquidão de meu silêncio
Uma criança chorava,
Mendigando pela vida,
Suspirando pela morte!
Tal era seu desalento
E seu pranto consternado,
Como seu desabafo soluçante,
Carente de um abraço,
Que nunca teve.
Eu seu desespero vi meu rosto,
Com uma feição alegre,
Implorando por crueldade!
Num sorriso maroto,
Compassivo de ódio e de revolta;
Enrudecido pelo tempo,
Jovial como a inocência,
Flébil como a dor alheia,
Que de suas tormentas,
Tão profundas quanto o mar,
Só podia ver-se dor e mais dor!
Com o peito entumescido
De fúria e complacência.
Neste canto imundo,
Inerte na sordidez
E infesto de males obscuros,
Nossas almas infernais
Conversavam pelos olhos!
E cada lacrimejo
Era uma confissão angustiada.
Nesse ambiente
Tão inóspito,
Nutríamos de segredos
De pura pura cerração!
As ânsias do fracasso,
As incertezas de um futuro
Que não deu certo.
Este não era como imaginamos,
Mas era, talvez,
O que queríamos!
Bocas almejavam balbuciar,
Mas, apesar de o silêncio ser total,
Ouvíamos ecos gritantes,
De socorro próximos...
Bem perto... bem perto... bem perto!
E o que não percebíamos
É que nós mesmos...
Ululávamos solidão!
Só que ninguém ajudava
[Ninguém!