Ouso um poema

Ouço palavras

na mudez do vento

que corta na varanda

Ouço palavras

e sei das vontades

que elas guardam

Ouço palavras

e todas suplicam

que eu as engula

Para que depois

eu as restitua

soltas no tempo

Ouço palavras

que mudas e frias

não geram poesias

Ouço palavras

quentes e loucas,

pena que poucas

Ouço palavras

que por si só

já são poemas

Ouço palavras

e como um louco,

ouso um poema!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 22/10/2012
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