A mesma flor
A MESMA FLOR
Quem caiu naquele março
Foi seu cheiro de arrependimento
e sua fome de amor...
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A mesma flor que naquele mar
Vagabundo, naquele ar
Imundo, sonhou que a vida
Perversa escorria...
Que a qualquer hora acordaria
Pois qualquer coisa simples
Era melhor do que sofrer...
A mesma flor ingênua,
Que não aprendeu a nadar
Não se encantou com o fundo
Do mar, que se meteu na
Confusão de não se saber
Uma boa flor...
Essa mesma flor acordou
E mirou no sol e fez dele
Nada mais nada menos
Do sua forma de amor
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O cheiro que sai
De sua boca
É de arrependimento
E De clausura...
Viver na fresta no tempo
Na imensidão da memória
Ainda não é viver...
É ser apenas escultura
Tudo é vasto da estrada
Do coração, tudo vasto
Quando se trata de ilusão...
Quando a pedra banhou
Do sagrado...seu luz
Sacra segou minha visão..
E eu, pobre, nunca mais
Cair em tentação...