A luz e eu
Nas sombras promíscuas de noites insanas
Encontrava-me algoz de mim mesma
Queria fazer de mim algo melhor que eu.
Desencontrei-me, contudo, dos caminhos
Outrora buscados e jamais percorridos.
No ímpeto de recorrer às minhas possibilidades
Enveredei por todos os atalhos possíveis
Não me reencontrei ainda, mas,
Num limiar de esperanças, nada vãs
Vislumbrei novas possibilidades:
Senti aos extremos, jamais re-senti,
Agi por mim mesma, jamais re-agi
Explodi em êxtases, reanimei
Vivenciei loucuras, paguei meu preço
Esclareci tudo o quanto precisava
Não fracassei meus passos, nômade em mim mesma
Num caminho bem agreste e escarpado
Como o que Gibran tanto universalizou
Um caminho que não me feria, renascia
Só, então, encontrei o que precisava
O que nunca vira antes, cega em não me ver:
Um âmago com luz purpúrea de tão intensa
A luz que espelhava alguém tão melhor.