A luz e eu

Nas sombras promíscuas de noites insanas

Encontrava-me algoz de mim mesma

Queria fazer de mim algo melhor que eu.

Desencontrei-me, contudo, dos caminhos

Outrora buscados e jamais percorridos.

No ímpeto de recorrer às minhas possibilidades

Enveredei por todos os atalhos possíveis

Não me reencontrei ainda, mas,

Num limiar de esperanças, nada vãs

Vislumbrei novas possibilidades:

Senti aos extremos, jamais re-senti,

Agi por mim mesma, jamais re-agi

Explodi em êxtases, reanimei

Vivenciei loucuras, paguei meu preço

Esclareci tudo o quanto precisava

Não fracassei meus passos, nômade em mim mesma

Num caminho bem agreste e escarpado

Como o que Gibran tanto universalizou

Um caminho que não me feria, renascia

Só, então, encontrei o que precisava

O que nunca vira antes, cega em não me ver:

Um âmago com luz purpúrea de tão intensa

A luz que espelhava alguém tão melhor.

Luzia Avellar
Enviado por Luzia Avellar em 22/10/2012
Reeditado em 30/10/2012
Código do texto: T3946063
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