- Inércia ::>
INÉRCIA
Inerte no tempo e no espaço
Às vezes acho que já morri
E em poesia e verso me refaço
Tentando amarrar mais o laço
Que ainda me prende por aqui
E faço algumas rimas pobres
Sem graça, sem vida, sem explicação
Tentando ver se alguém descobre
Que ainda guardo um sentimento nobre
Nas veredas do meu coração.
Mas o relógio cada vez mais veloz
Vai ditando um fim sempre mais perto
Não consigo mais escutar minha voz
Que canta – roucamente - a sós
A melodia de um futuro incerto
E nas linhas da minha existência
Escrevo com destreza o meu grito
Eu, poeta sem nenhuma paciência
Lutando por minha independência
E pelas coisas em que acredito.