Engomados
A cidade está um nó
Dentro das tripas
Entrelaçada no coração
Do estômago...
Nas arquibancadas
Há somente escravos
Que gritam atráves
Das linhas e boca
De palhaço: “somos
Todos felizes, pois
Tenho peito de aço”
E meu sangue toca
Um samba de crioulo
Doido na maquinaria
Do verde do gramado.
Desgraçados!
Gritam vermes,
Que na galeria
Da barroca,
Supletiva a vida
E Joana ri, Joana
Canta, joga a vida
Como uma sanfona,
“Nessa vida eu só
desaprendi”
diz, com a fala entremeada
sem nome ! Como
se fosse feio
passar fome!
E os vales pulam
Da cantoria do tempo
E caem em suas camas
Engomadas, mas cheia
De vento...
E meu coração é uma orquestra
Desafinada, quase engraçada
“Que suspira entre a mentira
E o nada....”
Entretanto, sem sofrimento