Nem sempre as notas
soam pulcras
nas entrelinhas da vida...
e tantas foram as feridas
e as vezes que senti frio,
e tantas vezes o vazio
fez meu corpo
estremecer a noite,
e quantos açoites
levaram-me ao desespero
... nada passageiro...
... nada passageiro...
vulcões estourando
entre os frágeis dedos,
clarões lampejando
nas tristes retinas,
onde gotas cristalinas
são mananciais de medo!
arfando o coração...
eu sei, houve uma razão
pra você não estar lá,
mas eu sempre te sentia,
pois tua alma-poesia
segurava a minha mão...
Denise Matos