cambraia
Quanta estrada, quanto
Mato, quanta floresta
Queimada...e a moça
De pés crescidos, vestida
De cambraia ascende e
Me ascende às alturas
Da alma....
Obscura é a renda
Do rio escuro, do tijolo
Do muro, da impaciente
Aurora, que espreme
Meu dia como se quisesse
Ir embora...
Traga do meu peito esse
Leito de dor, essa
Vida insossa, esse
Tédio morto, esse
Desvio do amor....
Cubra-me com sua renda
Com seu tecido de ouro
E desejo, com seus dentes
De veneno, de outro lugar,
Eu quero muito no amor
Te encontrar....